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Técnicas de Análise de Risco

  • Foto do escritor: Otniel Barbosa
    Otniel Barbosa
  • 9 de jun. de 2018
  • 8 min de leitura

As técnicas de análise de risco são de fundamental importância para o gerenciamento de risco, no sentido de evitar acidentes ou a repetição deles, como também evitar perdas e danos.

1 – Análise Preliminar De Risco – APR

A Análise Preliminar de Riscos é uma ferramenta eficaz para a identificação de potenciais riscos no ambiente de trabalho. Partindo da identificação antecipada de elementos e fatores ambientais que representem perigo elevado, analisa, de maneira detalhada, cada uma das etapas do processo, possibilitando assim a escolha das ações mais adequadas para minimizar a possibilidade de acidentes.

A APR é uma das técnicas mais utilizadas atualmente, e devido à sua alta eficácia e pelo envolvimento de diversos profissionais, faz parte do cotidiano tanto de profissionais, como de estudantes do setor de segurança e saúde do trabalho.

Objetivos Principais Da APR

O âmbito da Análise Preliminar de Risco é bastante amplo, mas dentre as principais metas estão:

  • Identificação aprofundada dos riscos no ambiente de trabalho;

  • Orientação clara e objetiva da equipe de colaboradores;

  • Estabelecimento de procedimentos que visem a segurança;

  • Organização e sistematização das tarefas desenvolvidas no processo;

  • Planejamento amplo de cada etapa e de cada tarefa;

  • Orientação e capacitação da equipe quanto aos riscos da atividade laboral;

  • Prevenção de acidentes, causados por falha mecânica ou humana.

O desenvolvimento e a implementação da APR devem ser realizados antes do início da execução prática de uma nova tarefa, como por exemplo, na instalação de um novo setor, ou ainda, pode e deve ser aplicada nos processos já existentes.

Descrever E Caracterizar Os Riscos

Nesta etapa, serão caracterizados e descritos os agentes causadores e seus consequentes efeitos, possibilitando que medidas preventivas e de correção sejam aplicadas imediatamente.

Nesta etapa também serão identificados os riscos mais graves e os de menor potencial ofensivo, de maneira escalonada, o que indicará quais as medidas são mais urgentes.

A partir de um estudo técnico preliminar é possível mitigar boa parte dos riscos, como os produzidos por condições inadequadas do local ou a ausência de equipamentos de proteção individual ou de proteção coletiva, essenciais para a segurança dos colaboradores.

Responsabilidade Da APR

Embora a APR seja de responsabilidade do supervisor da empresa executante, é fundamental a participação coletiva dos colaboradores e a assessoria da equipe do SESMT para que todas as etapas sejam desenvolvidas a contento e o projeto seja implementado de maneira correta e segura.

É responsabilidade do SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – auxiliar no processo de aplicação da APR, bem como prestar as orientações técnicas que se fizerem necessárias.

Também cabe ao órgão garantir que a análise preliminar de risco seja adequadamente utilizada, e que seus dados sejam acessíveis a toda a equipe de colaboradores.

A participação de todos os envolvidos, para que o conhecimento dos riscos e sua consequente prevenção sejam observadas cotidianamente. Assim, torna-se possível que cada indivíduo colabore e acompanhe cada uma das ações previstas, fortalecendo então a coesão de todos em busca de segurança e excelência no desenvolvimento do trabalho.

A APR é uma das principais ferramentas: assim sendo, deve ser feita de maneira minuciosa e criteriosa, levando em consideração não apenas os riscos visíveis e inerentes à natureza da atividade, mas também, antecipar e prever possíveis novos riscos.

2 – Análise de Árvore de Falhas – AAF

A Análise de Árvore de Falhas – AAF (Failure Tree Analysis – FTA) foi desenvolvida por H. A. Watson, nos anos 60, para os Laboratórios Bell Telephone, no âmbito do projeto do míssil Minuteman, sendo posteriormente aperfeiçoada e utilizada em outros projetos aeronáuticos da Boeing (SERPA, 2001b).

Entre os principais benefícios do uso da AAF, em estudos de análise de riscos pode-se destacar (SERPA, 2001b):

– Conhecimento detalhado de uma instalação ou sistema;

– Estimativa da confiabilidade de um determinado sistema;

– Cálculo da frequência de ocorrência de uma determinada hipótese acidental;

– Identificação das causas básicas de um evento acidental e das falhas mais prováveis que contribuem para a ocorrência de um acidente maior;

– Detecção de falhas potenciais, difíceis de serem reconhecidas;

– Tomada de decisão quanto ao controle dos riscos associados à ocorrência de um determinado acidente, com base na frequência de ocorrência calculada e nas falhas contribuintes de maior significância.

A metodologia da AAF consiste na construção de um processo lógico dedutivo que, partindo de um evento indesejado pré-definido (hipótese acidental), busca as suas possíveis causas.

O processo segue investigando as sucessivas falhas dos componentes até atingir as chamadas falhas (causas) básicas, que não podem ser desenvolvidas, e para as quais existem dados quantitativos disponíveis. O evento indesejado é comumente chamado de “Evento-Topo” (SERPA, 2001b).

A árvore de falhas contempla um “estudo” retrospectivo do relacionamento lógico das possíveis falhas (eventos) que contribuem para a ocorrência do “evento-topo” (hipótese acidental); assim, este, ou seja, o “evento-topo” representa o resultado da árvore (anteriormente conhecido), razão pela qual a “leitura do diagrama” é realizada de baixo para cima, ou seja, dos eventos básicos para o “evento-topo”.

A relação lógica entre os eventos-topo, intermediária e básica é representada por símbolos lógicos. Os principais são:

Evento-topo ou intermediário

O retângulo é utilizado para representar a descrição dos eventos que ocorrem por causa de um ou mais eventos;

Evento básico

Representa uma falha básica que não requer nenhum desenvolvimento adicional;

Evento não desenvolvido

Representa uma situação que este não será mais analisado, ou que não há interesse de ser analisado; ou seja, um evento que poderia continuar a ser desenvolvido, mas não há interesse em fazê-lo;

Porta “OU”

A saída ocorre se uma ou mais entradas da porta existirem;

Porta “E”

A saída ocorre se todas as entradas da porta existirem simultaneamente.

Exemplo: A falha catastrófica de uma luminária é: “Falha da luminária em acender”; logo, esse será o “evento-topo” da árvore de falhas.

3 – Análise de Modos de Falhas e Efeitos – FMEA

A Análise de Modos de Falhas e Efeitos – FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) é um método utilizado para prevenir falhas e analisar os riscos de um processo, através da identificação de causas e efeitos para identificar as ações que serão utilizadas para inibir as falhas.

Modo de falha está relacionado ao fato de como um processo pode ser levado a operar de maneira deficiente e é composto por três elementos: efeito, causa e detecção.

  • Efeito é a consequência que a falha pode causar ao cliente;

  • Causa é o que indica a razão da falha ter ocorrido e;

  • Detecção é a forma utilizada no controle do processo para evitar as falhas potenciais.

O FMEA tem por objetivo identificar, delimitar e descrever as não conformidades (modo da falha) geradas pelo processo e seus efeitos e causas, para através de ações de prevenção poder diminuí-los ou eliminá-los.

Tipos de FMEA

  • FMEA de produto: relacionado as falhas que poderão ocorrer no produto, dentro das especificações do projeto.

  • FMEA de processo: relacionado as falhas que poderão ocorrer no planejamento do processo, levando-se em consideração as não conformidades apresentadas no produto, relacionadas as especificações do projeto.

Aplicação Do FMEA

  • Para diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou processos;

  • Para diminuir a probabilidade de falhas potenciais (que ainda não tenham ocorrido) em produtos ou processos em operação;

  • Para aumentar a confiabilidade de produtos ou processos em operação através da análise das falhas que já ocorreram;

  • Para diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos administrativos.

Etapas Da Concepção Do FMEA

  • Definir o processo que será analisado;

  • Definir a equipe, priorizando os aspectos multidisciplinares;

  • Definir a não conformidade (modo da falha);

  • Identificar seus efeitos;

  • Identificar sua causa principal e outras causas;

  • Priorizar as falhas através do nível de risco;

  • Agir através de ações preventivas (detecção);

  • Definir o prazo e o responsável pela ação preventiva

4 – Estudo de Perigos e Operabilidade – HAZOP

O termo HazOp origina-se do inglês Hazard and Operability Study. Também conhecido como “Estudo de Perigos e Operabilidade”, o HazOp é uma técnica projetada para identificar perigos que possam gerar acidentes nas diferentes áreas da instalação, além de perdas na produção em razão de descontinuidade operacional (SERPA, 2001a).

Também é objetivo da técnica identificar problemas que possam contribuir para a redução da qualidade operacional da instalação (operabilidade da mesma).

SERPA (2001a) lembra que num HazOp a operabilidade é tão importante quanto a identificação dos perigos, sendo que, na maioria dos trabalhos, encontram-se mais problemas de operabilidade quando comparados aos perigos.

O HazOp é efetivo na identificação de incidentes previsíveis, mas também é capaz de identificar as mais sutis combinações que levam a eventos pouco esperados.

A concepção do HAZOP consiste na realização de uma revisão da instalação, identificando perigos potenciais e/ou problemas de operabilidade, por meio de uma série de reuniões, durante as quais uma equipe multidisciplinar discute metodicamente o projeto da planta.

O líder da equipe orienta o grupo, através de um conjunto de perguntas estruturadas, usando palavras-guia, que focalizam desvios fora dos parâmetros estabelecidos no processo ou na operação.

A equipe procura identificar as causas de cada desvio e, caso sejam constatadas consequências consideradas relevantes, ou seja, as de elevada probabilidade ou magnitude, são avaliados os sistemas de proteção para determinar se estes são suficientes para controlar essas situações.

A principal vantagem desta discussão é que ela estimula a criatividade e gera ideias. Essa criatividade resulta da interação da equipe com diferentes formações.

A melhor ocasião para a realização de um estudo HAZOP é a fase em que o projeto se encontra razoavelmente consolidado. Além disso, neste ponto ainda é possível alterar o projeto sem grandes despesas.

Do ponto de vista de custos, o HAZOP é ótimo quando aplicado a novas plantas, no momento em que o projeto está estável e documentado, ou para plantas existentes ao ser planejado um remodelamento.

Um estudo HAZOP é geralmente realizado no estágio de detalhamento do projeto, quando um diagrama completo do processo pretendido está disponível, porém enquanto as alterações de projeto ainda sejam praticáveis.

Ele pode, entretanto, ser conduzido em uma abordagem gradual com diferentes palavras-guia para cada estágio à medida em que os detalhes do projeto são desenvolvidos.

Um estudo HAZOP também pode ser realizado durante a operação, porém alterações requeridas podem ser caras neste estágio.

As entradas podem incluir: desenhos, folhas de especificação, diagramas de fluxo, diagramas de controle de processo e lógicos, desenhos de leiaute, procedimentos de operação e manutenção e procedimentos de resposta a emergência.

5 – Técnica de Incidentes Críticos – TIC

Técnica de Incidentes Críticos – também chamada em Inglês de “Incident Recall”, baseia-se, como o nome diz, em avaliar potenciais riscos através de Incidentes Críticos ocorridos anteriormente no sistema, processo ou planta.

Na Pirâmide de Bird o nível mais difícil de identificar são os incidentes, por isso o foco na busca dos Desvios Comportamentais.

A identificação dos incidentes é mais difícil, pois enquanto o nível inferior da pirâmide (Desvios) é verificado através das Auditorias Comportamentais, e o nível superior (Acidentes sem Afastamento) são objeto de registro, os Incidentes dependem de que a própria pessoa envolvida reporte o Incidente.

Resistência em reportar o incidente

  • Receio (justificado ou não) de sanções disciplinares

  • Preocupação com a reputação

  • Desejo de não interromper a produção

  • Preocupação com a atitude dos demais membros da equipe

  • Pouco entendimento da importância

Técnica de Incidentes Críticos – conceito

É uma técnica qualitativa, para identificar falhas e condições inseguras que podem contribuir para a ocorrência de acidentes reais ou potenciais.

É uma técnica bastante simples, sem a necessidade de técnicas sofisticadas, de baixo custo e rápida aplicação.

São selecionadas pessoas em diversos níveis e funções na empresa, as quais serão entrevistadaspara buscar identificar situações de quase acidentes, os quais poderiam ter tido consequências indesejáveis.

Técnica de Incidentes Críticos – características

Para o sucesso das entrevistas, devemos considerar os seguintes aspectos:

– privacidade nas entrevistas;

– adequada seleção de pessoas a serem entrevistadas;

– correto dimensionamento do tempo;

– deixar o entrevistado à vontade;

– explicar o propósito de identificar incidentes;

– assegurar o ambiente de “não busca de culpados”;

– garantir o perfeito entendimento do incidente (técnicas de ouvir);

– discutir possíveis causas e potenciais ações preventivas / corretivas;

– nas desmobilizações de equipes de projeto, ou grupos de parada de manutenção, aplicar a técnica antes da efetiva desmobilização, para que não se perca o conhecimento.

Adequadamente utilizada, esta técnica permite a identificação de potenciais riscos, e a adoção de medidas corretivas ou preventivas a tempo de evitar a ocorrência de acidentes.

6 – Análise de Riscos: WHAT-IF (WI)

O procedimento What-If é uma técnica de análise geral, qualitativa, cuja aplicação é bastante simples e útil para uma abordagem em primeira instância na detecção exaustiva de riscos, tanto na fase de processo, projeto ou pré-operacional, não sendo sua utilização unicamente limitada às empresas de processo.

A finalidade do What-If é testar possíveis omissões em projetos, procedimentos e normas e ainda aferir comportamento, capacitação pessoal e etc. nos ambientes de trabalho, com o objetivo de proceder a identificação e tratamento de riscos


 
 
 

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